Avançar para o conteúdo principal

Prorrogação das Medidas de Emergência Social e Económica – Mais ilusionismo da Camara socialista, por Valter Vieira

A Camara Municipal de Oliveira de Azeméis prorrogou os prazos de candidatura à “Linha de Apoio às Medidas Excecionais de Emergência Social - COVID-19”.


Cabe-nos, pois, questionar: será que o alargamento do prazo, por mais meio ano, sim, meio ano, não terá a ver com o facto da adesão ao processo de candidaturas ter corrido como esperado? Estará o executivo a tentar evitar mais um confrangimento à sua imagem? Terá a Camara reconhecido a inadequação do processo de candidatura? Ou será algo mais perverso como querer alargar a sua aparente generosidade para data mais próxima das autárquicas de 2021?




“esta prorrogação é importante para que mais associações e mais famílias tenham oportunidade de usufruir dos apoios que foram criados”., nas palavras do Sr. Presidente Joaquim Jorge.

Quanto a isto apenas podemos dizer que mais uma vez o executivo camarário, tenta fazer ilusionismo, atirando com a areia do tempo para os olhos dos oliveirenses, tentando uma vez mais fazer dos munícipes ingénuos.

Costuma-se dizer que: “quando a esmola é grande, o pobre desconfia”, o problema é que nem isso chega a ser neste caso, visto que os apoios disponibilizados são ridiculamente diminutos, face as necessidades a esta crise socioeconómica que nos deixou a pandemia.

A verdade é que, ao analisarmos o processo de candidatura, apercebemo-nos do manancial burocrático exigido, que é substancialmente desproporcional aos apoios prestados, especialmente nos tocante aos apoios às famílias, que entendemos ser aqueles mais urgentes.

Para entendermos um pouco melhor a dimensão do que aqui estamos falar, pegue-se, no exemplo da Oferta dos 800 cabazes de compras, no valor de €25, ou seja, num total de 20.000,00€  que o executivo dispõe nesta medida, à qual se podem candidatar “agregados familiares que tenham perdido 20% do seu rendimento, e cujo rendimento do agregado seja inferior a 3 SMN”.

Veja-se então quais os requisitos/burocracia, que uma família, que necessite deste apoio tem de apresentar para poder candidatar-se a receber um “luxuoso” cabaz de 25€ onde, para além do preenchimento da minuta de requerimento que o candidato tem de preencher, deve ainda entregar com todos os elementos seguintes:

Fotocópia de documento de identificação, NIF e NISS de todos os elementos do agregado familiar, nomeadamente:

Cartão de Cidadão ou Bilhete de Identidade,

Cartão de Contribuinte e comprovativo de NISS, Autorização de residência em território português em situação de cidadãos estrangeiros ou,

Comprovativo de agendamento no SEF para regularização da situação em território português;

 

Comprovativo de conta (NIB/IBAN) associado a um membro do agregado familiar em apreço;

Documentos comprovativos de todos os rendimentos auferidos por todos os elementos do agregado familiar no mês de fevereiro, nomeadamente:

Fotocópia do recibo de vencimento, recibo de pensões, de prestação de subsídio de desemprego ou doença, ou ainda declaração autenticada da entidade patronal, referindo o montante salarial e trabalho desempenhado;

Documento comprovativo do valor da pensão de alimentos de menores;

Documento comprovativo de recebimento de prestação social;

Documentos que comprovem a quebra de rendimento do agregado familiar na ordem dos 20%, nomeadamente o recibo de vencimento do mês de comparação com o do mês de fevereiro.

Fotocópia do comprovativo de recibo das despesas de saúde, designadamente aquisição de medicamentos mediante prescrição médica.

Recorde-se que toda esta documentação, a compilar é exigida para uma mera candidatura, ou seja, nem sequer há garantia de que vai receber o cabaz, sendo, como se referiu acima que se trata de um apoio no valor de 25€, não por pessoa, mas por família.

Podia ter-se falado de qualquer um dos outros “apoios”, palavra que nos vemos obrigados a escrever com as devidas aspas, mas este pareceu-nos aquele mais gritante, sobretudo num executivo de maioria socialista.

Se no início da pandemia dizíamos que não era o momento apropriado para fazer julgamentos, e temos de reconhecer que ninguém podia ter a preparação necessária para enfrentar a atual conjuntura, mas agora volvidos todos estes meses, e com uma aparente calmaria, aparente, porque ainda esta semana tivemos o relato de novos casos de infeção pela COVID-19 no nosso concelho, o atual executivo socialista, acha que deve continuar a brincar com o bom povo oliveirense, iludindo, ludibriando, e acima de tudo não protegendo os munícipes, nem os seus interesse, como aliás é apanágio de todo este mandato autárquico.

Conclui-se, deixando um apelo aos oliveirense, parta eu não se deixem enganar, e que se mantenham vigilantes não se deixando atraiçoar, pois também Judas também traiu Cristo com um beijo.


Valter Vieira

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Festa da Geringonça, por Pedro Santos Dias

Quando se fala em política, em poder político vem à memória a democracia, a ideia  substancial  de  igualdade  e  equidade.  No  entanto  vivemos  tempos  díspares,  de extremos, denota-se isso nos acontecimentos que todos os dias correm a fita indelével dos  meios  de  comunicação,  o  índice  de  criminalidade  aumentou  drasticamente,  as queixas de descriminação e racismo dispararam em Portugal desde 2017, com elevada acentuação neste ano, da última vez que escrevi para aqui, honra que muito me orgulho, atendi à medida pouco democrática de rastrear uma determinada comunidade devido à Covid-19,  a  falta  de  eloquência  democrática  nessa  altura  por  parte  de  um  Partido  de Extrema-Direita, posição tão perigosa em democracia, aquilo por que se lutou há tantos anos:  a  liberdade,  é  um  linha  permeável,  demasiado  fragilizada  para  nos  deixarmos envolver em posições ditatoriais e pouco éticas, são essas mesmas posições que levam ao   fracasso   das   nações.   Quando   se

A Dívida, o Investimento e as eleições em Oliveira de Azeméis, por José Eduardo Oliveira

I.          O atual executivo camarário oliveirense, liderado pelo Partido Socialista, assumiu a tarefa de liquidar na totalidade, e até 2021, a dívida [1] do Município. Durante todo o atual mandato autárquico, a população oliveirense viu-se confrontada com um vaivém de notícias sobre a situação da dívida Municipal sem que para isso tivessem sido apresentados dados concretos que mostrassem o real desempenho das contas locais. Ora em 2018 a Câmara apresentava resultados “extraordinários” [2] que refletiam um putativo endividamento nulo, ora gabava-se o Presidente da Câmara que a redução de dívida se devia à diminuição, entre outros, “em cerca de 50% no custo de eventos culturais, como a Noite Branca e o Mercado à Moda Antiga” [3] . Temos por assente que a situação financeira de qualquer entidade é da máxima importância, de que o cumprimento das obrigações que assumimos revela um importante exercício de exigência, de rigor que trará benefícios a longo prazo. Contudo, como pode, um

7 factos sobre os números oficiais, por Mário Tomé Chaves

O Governo criou um site para acompanhar a evolução do COVID-19, que inclui uma plataforma onde se encontram agregados todos os dados oficiais sobre a propagação do coronavírus em Portugal. Para os mais atentos e para quem busca esperança nos números oficiais, aguardando que a curva decresça, existem determinados fatores a ter em consideração na análise destes dados, suscetíveis de levantarem algumas dúvidas ou, pelo menos, que requerem que esta análise aos números disponibilizados oficialmente seja feita com algumas reservas. Vejamos: 1.        Discrepância entre os números. Existe uma clara discrepância entre os números apresentados oficialmente e o número real de casos infetados, por um motivo muito simples: Apenas quem realiza testes ao COVID-19, poderá constar na lista total de infetados. Como se sabe, não existem testes suficientes – nem perto disso em nenhum país, com exceção da Islândia - Os especialistas Islandeses congratulam-se com a subida modesta no número d