Quando se fala em política, em poder político vem à memória a democracia, a ideia substancial de igualdade e equidade. No entanto vivemos tempos díspares, de extremos, denota-se isso nos acontecimentos que todos os dias correm a fita indelével dos meios de comunicação, o índice de criminalidade aumentou drasticamente, as queixas de descriminação e racismo dispararam em Portugal desde 2017, com elevada acentuação neste ano, da última vez que escrevi para aqui, honra que muito me orgulho, atendi à medida pouco democrática de rastrear uma determinada comunidade devido à Covid-19, a falta de eloquência democrática nessa altura por parte de um Partido de Extrema-Direita, posição tão perigosa em democracia, aquilo por que se lutou há tantos anos: a liberdade, é um linha permeável, demasiado fragilizada para nos deixarmos envolver em posições ditatoriais e pouco éticas, são essas mesmas posições que levam ao fracasso das nações. Quando se fala em Democracia salta-nos à vista o conhecimentogeral do povo, afinal o Estado não é mais que o conjunto total das suas pessoas, o Estado somos nós: pedreiros, advogados, engenheiros, médicos, a mãe que cuida do filho em casa, os avós, os desempregados que tanto têm vindo a crescer, o Estado somos nós e todas e quaisquer políticas de extrema tendem a denegrir e a desmoronar o efeito democrático.
Estamos no início de um novo ano letivo que tem sido extremamente atípico, as nossas crianças voltarão às escolas onde privadas de brincarem livremente, onde o foco de contágio será elevado se não forem tomadas todas as medidas necessárias. Mesmo com esse foco incendiário sobre o Ministério da Educação e sobre a DGS, estamos a dias da maior festa do ano num ano tão impróprio, afinal realizar-se-á a Festa do Avante, enquanto crianças estiveram em regime ministrado à distância desde março, enquanto pais estiveram em casa para cuidar e ensinar o melhor que sabem, faltando aos empregos, perdendo rendimentos, por uma necessidade eleitoralista e de funcionamento da máquina do Estado: a Geringonça –permite-se a realização da festa do Avante, os meus camaradas da Esquerda defendem-se com a necessidade urgente da sua realização para que não nos esqueçamos do que é a liberdade, dislates.
Vejamos, trata-se de colocar 16.563 camaradas num recinto a ouvir boa música, eventualmente higienizarão as mãos à entrada, tirarão as máscaras para comer, beber e dar uns beijos, uns apertos de mão e no meio alguns assintomáticos, outros infetados que desconhecem e outros ainda,catorze dias mais tarde estarão a colapsar o SNS, por uma necessidade democrática de fazer um arraial. Perdoem-me o modo grotesco como expresso a minha opinião, penso que no arranque de um ano letivo, repleto de incertezas, onde o risco é enorme e onde dizem aproximar-se uma segunda vaga de um vírus com mutações diversas que dificultaem tudo a criação e viabilização de uma vacina sustentávelpromover e realizar uma festa comunista porque é tradição é no mínimo uma ofensa às pessoas e a todos os profissionais de saúde que lutam diariamente, em turnos intermináveis por salvarem a vida de outrem.
Vê-se o Governo mais uma vez a ser uma muleta do Partido Comunista, a necessitar do seu apoio e voto, como se este fosse a galinha dos ovos d’oiro, trata-se de um esquema puramente eleitoral que poderá, eventualmente, trazer condições catastróficas para Portugal, referente aos dados de dia um de setembro temos 14.315 casos ativos e a lamentar profundamente 1.824 óbitos, valores que poderão disparar nos próximos dias. Como disse o Sr. Presidente da República em desespero a uma cidadã revoltada por ter um Governo liderado por António Costa quando aparentemente votou no vencedor minoritário dessas legislativas, com total desconhecimento que a CRP permite esta situação e que por mais revoltante que seja, está repleta de legalidade,
mesmo que seja um esquema grotesco e brutal que poderá ceifar mais vidas e a própria economia do País. Tenha-se consciência e deixemo-nos de posições eleitorais, pensemos nas pessoas, pensemos no Estado Português e se possível que não se realize a Festa do Avante, não que isto tenha algo com a cor partidária, com a Social-Democracia, tem única e exclusivamente relação com as pessoas, que neste 2020 tão impróprio têm sofrido quanto baste.
Pedro Santos Dias
Foto: António Pedro Santos/ Lusa
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